sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Deus está morto?

  Há mais de 100 anos, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche choca o mundo ao afirmar que Deus está morto, frase esta que até hoje estarrece qualquer crente. O certo é que não se sabe o que o filósofo, que morreu louco em decorrência de sífilis, quis dizer. Tudo que existe são meras interpretações.
Quem seria o morto de quem Nietzsche anuncia em obituário seu falecimento? Acredito que não faria sentido a um ateu convicto afirmar a morte de Deus. Chegamos ao século XXI, estamos em evolução, parece que nada mais é novo. Época terrível, relativismo, inversão de valores, moralismo legalista...
  Não quero ser cansativo nesse texto, nem fazer uma análise da sociedade não cristã e nem tão pouco dos escritos de Nietzsche. Quero falar de nós, os crentes, os evangélicos, os protestantes, os cristãos, seja lá como queira denominar-se. Nas reuniões em suntuosas catedrais, no dia-a-dia, imperceptivelmente, “deus” está morto. Nós os crentes o matamos, e seu corpo permanece sendo velado.
  Mas como o matamos? Relativizando-nos, inflamando-nos em vaidades, sobrepondo nossos pensamentos acima da verdade, na nossa falsa moral, em uma pseudo-ética cristã. E velamos, sim, velamos, com choro copioso e com direito à saudade. E em nossas reminiscências, creio, lembramos do “DEUS VIVO”, mas a quem matamos. O simples fato de se ter um corpo à vista dos olhos, faz-se necessário um pseudo-respeito à memória do morto, sim, todo ato que não é feito de coração e de livre vontade, para Deus é sem efeito.
  Acostumamo-nos com a imagem caricata de Deus. Um exemplo: sabe aquele parente que todos falam, mas que você não o conheceu porque não vive mais? Então... Ao olharmos Deus, permitimos que teçam argumentos, e não é assim em todo velório? Pessoas falam do entrequerido, e vemos pelos olhos dos outros, não procuramos ir além, como disse o profeta: Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor.
  Eis aqui uma grande verdade: Deus não está morto e nunca o mataram ou o matarão fisicamente, pois Deus é eterno, mas muitos vivem conscientes ou não de que este já não vive!

”Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”
MT 16:15


Por: Elvis Amaral

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Reforma Protestante

O dia 31 de outubro passou e muita gente usou esse dia para comemorar o Halloween, ou Dia das Bruxas. No entanto, para os cristãos evangélicos essa data tem um significado totalmente diferente de doces, fantasias e brincadeiras de criança. É o dia da Reforma Protestante, que deu origem à igreja evangélica/protestante. Você conhece essa história?

Após um grande período de perseguição, o Cristianismo se espalhou pelo mundo. Em Roma foi criada a Igreja Católica Apostólica, que começou a exercer grande influência sobre a sociedade. Conforme os séculos foram passando, o cristianismo começou a perder a essência dos ensinamentos de Cristo e da doutrina dos Apóstolos do Novo Testamento, e depois de algum tempo a religião cristã foi se tornando mais uma relação de autoritarismo da igreja para com os fiéis.

Nesse tempo, os ensinamentos da igreja eram inquestionáveis e as pessoas não tinham acesso à leitura da Bíblia, que era escrita em Latim e não tinha tradução. Até mesmo as missas eram celebradas nessa língua, o que fazia com que pouquíssimas pessoas pudessem ouvir os ensinamentos, criticar e concordar ou discordar. Inclusive, existia um tribunal chamado Santa Inquisição, que torturava ou matava os chamados "hereges", que professavam uma religião diferente ou discordava dos pensamentos da Igreja Católica.

No meio de toda essa história, um monge agostiniano chamado Martinho Lutero (cuja história vale a pena ser pesquisada), depois de passar por uma batalha espiritual, leu na Bíblia uma passagem onde estava escrito “o justo viverá pela fé”. Certa vez surgiu uma disputa entre sete conventos dos agostinianos, que resolveram deixar que o Papa resolvesse a questão. Lutero foi escolhido para representar seu convento em Roma. Ao voltar da viagem, após ter visto os santuários e os lugares de peregrinação, e depois de ver de perto toda a situação em que Roma se encontrava, ele decidiu apegar-se mais à Bíblia e se aprofundar nos ensinos das Escrituras Sagradas.

Em outubro de 1517, Lutero afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg suas 95 teses, com o intuito de promover um debate, segundo o costume daquela época (em resumo diziam que Cristo não requer a penitência pelo pecado, e sim o arrependimento). No entanto as teses, escritas em latim, foram traduzidas para o alemão, holandês e espanhol; e antes de um mês já estavam na Itália!

Assim surgiu a Reforma Protestante, que foi consolidada com a contribuição de outros grandes homens de Deus. Pode-se resumir os pilares da Reforma em cinco verdades bíblicas, conhecidas como as “cinco solas”:

1 – "Sola Fide" - Somente a Fé: Somos justificados pela Fé em Jesus. (Efésios 5.8)

 2 – "Sola Scriptura" - Somente as Escrituras: A Bíblia é a única palavra inspirada por Deus, e é suficiente como regra de fé e prática cristã. (Mateus 4.4)

3 -"Solus Christus" - Somente Cristo: Cristo foi quem morreu para que fôssemos redimidos. Ele é nosso único e suficiente salvador. (1 Timóteo 2.5-6)

4 – "Sola Gratia" - Somente a Graça: Somos salvos por meio da graça de Deus. (Efésios 2.8)


5 – "Soli Deo Gloria" - Somente a Deus seja dada a glória: Deus é o único que merece ser adorado. Toda glória deve ser dada somente a Ele. (1 Timóteo 1.17)